Uma fala do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), causou grande polêmica após ele sugerir que eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fossem levados “para a vala”. A declaração foi feita na última sexta-feira (2), durante um discurso na cidade de América Dourada, a cerca de 420 km de Salvador.
Enquanto falava sobre os impactos da pandemia de Covid-19, Jerônimo criticou o comportamento do então presidente Bolsonaro, que, em 2021, chegou a imitar pacientes com falta de ar durante transmissões ao vivo. "Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta dele e quem votou nele podia pagar também a conta. Fazia no pacote. Bota uma 'enchedeira'. Sabe o que é uma 'enchedeira'? Uma retroescavadeira. Bota e leva tudo para vala", disse o governador, diante de uma plateia com apoiadores, deputados e prefeitos da região.
A fala repercutiu rapidamente nas redes sociais e foi duramente criticada pelo ex-presidente Bolsonaro. "Um discurso carregado de ódio, que em qualquer cenário civilizado deveria gerar repúdio imediato e ações institucionais firmes", escreveu.
O deputado estadual Diego Castro (PL) também reagiu e informou que entrou com uma denúncia formal no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Jerônimo Rodrigues. Para ele, a declaração representa uma ameaça aos opositores e ultrapassa os limites do debate político.
Já nesta segunda-feira (5), em Salvador, durante uma visita às obras do Teatro Castro Alves, o governador tentou amenizar a situação. Ele alegou que suas palavras foram tiradas de contexto. "Quem me conhece sabe que sou uma pessoa religiosa, de família, e que nunca vou tratar qualquer opositor com um tratamento deste. [A fala] foi descontextualizada. Eu apresentei anteriormente a minha indignação como o país estava sendo tratado".
Em nota enviada à imprensa, Jerônimo Rodrigues pediu desculpas: "Eu peço desculpas, se o termo 'vala' e termo 'trator' foi pejorativo. Não foi a minha intenção, e não tenho problema algum de reconhecer, com toda a humildade, quando há excessos na palavra, mesmo movida pela indignação".
A repercussão segue entre apoiadores e opositores, e o episódio deve continuar em debate nos próximos dias.
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