Alerta na Educação: 3 em cada 10 brasileiros não conseguem ler ou entender frases simples

 

Foto: Ilustrativa

Um dado que preocupa: quase 30% dos brasileiros entre 15 e 64 anos não conseguem compreender frases simples ou identificar informações básicas, como um número de telefone ou o preço de um produto. Eles fazem parte do grupo conhecido como analfabetos funcionais — pessoas que aprenderam a ler e escrever, mas não conseguem usar essas habilidades no dia a dia. O índice é o mesmo registrado em 2018 e mostra que, apesar dos avanços em outras áreas, a alfabetização ainda enfrenta um sério desafio no Brasil.

Os números são do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado nesta segunda-feira (5), e revelam um problema que atinge milhões de brasileiros. O estudo foi realizado em todas as regiões do país com mais de 2.500 pessoas. A pesquisa aponta ainda que o problema não se restringe a pessoas com pouca escolaridade: até mesmo entre quem tem ensino superior, 12% são considerados analfabetos funcionais.

A situação é ainda mais preocupante entre os jovens: o analfabetismo funcional na faixa dos 15 aos 29 anos cresceu de 14% para 16% entre 2018 e 2024. Especialistas apontam que o fechamento das escolas durante a pandemia pode ter contribuído para esse retrocesso.

Além disso, o estudo mostra que 27% dos trabalhadores brasileiros enfrentam esse mesmo desafio, o que afeta diretamente suas oportunidades profissionais e sua qualidade de vida. A maior parte da população (36%) está em um nível elementar de alfabetismo, com capacidade limitada para resolver problemas simples de leitura e matemática. Apenas 10% alcançam o nível mais alto, chamado de proficiente.

As desigualdades também ficam evidentes nos dados por cor e etnia: 47% dos indígenas e amarelos são analfabetos funcionais, contra 30% da população negra e 28% da branca.

Para os pesquisadores, esses resultados mostram a urgência de investir em educação pública de qualidade. "Não saber ler e escrever bem é uma limitação grave", afirma Roberto Catelli, da Ação Educativa, uma das instituições responsáveis pelo estudo. Já Esmeralda Macana, da Fundação Itaú, reforça: "Educação é a chave para reduzir desigualdades e construir um país mais justo."

Depois de seis anos sem ser realizado, o Inaf volta em 2024 com uma novidade: pela primeira vez, também avaliou como os brasileiros lidam com o mundo digital. A expectativa é que esses dados ajudem a traçar novas estratégias para enfrentar o analfabetismo funcional, um desafio que continua presente e exige ação imediata.

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